sexta-feira, 28 de agosto de 2015




 Problemas no seio do Ministerio da Educacao- Moçambique

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Pelo menos 39 mil dos 130 mil professores do sistema moçambicano de educação não possuem formação pedagógica, o que pode ser parte dos problemas de que os gestores de ensino e os pais e encarregados de educação se têm queixado e que na sua opinião depreciam a instrução.
Aliás, Jorge Ferrão, ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, disse que a cifra compromete o processo de ensino e aprendizagem e a melhoria da competência dos pedagogos ainda é um dos principais desafios na educação, na medida em que este sector tem um peso pujante no desenvolvimento do país. Por isso, apesar de o Governo continuar a elevar a competência dos docentes, a África Austral e o “mundo são chamados a dar maior atenção aos professores".
Ferrão falava na abertura da Conferência Regional da África Austral sobre os Professores, que decorre em Maputo, sobre o lema "Promovendo a Qualidade da Educação a Partir da Qualidade do Professor".

"Nós precisamos de elevar a qualidade da Educação, mas isso só será possível se elevarmos a qualidade do professor", disse Hubert Gijzen, diretor do escritório regional da UNESCO para a África Austral, que para além de considerar que este desiderato depende de um trabalho multissectorial que leve em contra a formação, “o professor deve ser motivado e é necessário que recuperemos o seu papel dentro da sociedade”.

Em Abril deste ano, o Banco Mundial divulgou um inquérito sobre a Educação em Moçambique, no qual referia que o país tem o índice mais baixo de competência de docentes em comparação com outros cinco Estados africanos, designadamente Quénia, Tanzânia, Nigéria, Togo e Uganda. No teste da língua portuguesa, os nossos pedagogos só conseguiram identificar dois erros de um tola de 20. Na disciplina de Matemática, apenas 65% conseguiram subtrair 86-55. Assim, "os professores não podem ensinar sem saber e as crianças não podem aprender sem professores competentes".
Segundo o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, Moçambique possui 40 instituições que graduam anualmente 10 mil professores para o ensino primário, enquanto os docentes do ensino secundário são formados por diversas universidades, em particular a Universidade Pedagógica (UP).

De Rafique Anusse

Mocuba e o Eterno problema da falta de água

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O problema de escassez de água continua a não dar tréguas à população de Mocuba. A situação agrava-se quando chega o Verão, pois a história repete-se: os poços artesianos secam e das exíguas torneiras só jorra o precioso líquido uma vez por semana e, quando isso acontece, os moradores daquela urbe aglomeram-se nos fontanários para obterem apenas um bidão de 20 litros de água, muitas vezes imprópria para o consumo humano. A crise perdura há anos a nível daquele distrito da província da Zambézia, não obstante esteja circunscrito por rios, cujos afluentes, mesmo nas épocas quentes, continuam intactos.
A situação da falta de água potável perdura há anos e é do conhecimento das autoridades locais. Nos últimos dias, em Mocuba, o cenário é este: de madrugada, nas margens do rio Licungo – um dos principais cursos de água da província da Zambézia – e os seus afluentes, sobressai uma multidão de gente. Mulheres, homens e crianças de diferentes idades procuram aquele local para lavar roupa e loiça.

Estima-se que cerca de 70 porcento da população do distrito de Mocuba não têm acesso a água potável e os poucos que possuem torneira não têm sido suficientes para satisfazer as necessidades, principalmente no Verão devido à irregularidade no seu abastecimento. Os poços tradicionais já não se mostram disponíveis para responderem à demanda.
A estação de captação e bombagem de água que, outrora, ficou inundada na sequência das enchentes, está a fornecer água com cor, cheiro e até sabor desagradáveis. Parte dos residentes prefere consumir o líquido proveniente dos poços artesianos.

Nos bairros Marmanelo, CFM e 25 de Setembro, a situação é mais caótica. Nestas zonas residenciais, a existência de torneiras é insignificante e não cobre sequer um quarto da população. Dos escassos poços artesianos instalados por singulares, mais de metade secou.
Naqueles locais, a procura do precioso líquido é maior, o que coloca grandes desafios aos empregados domésticos, sobretudo no meio urbano. Diga-se de passagem que há um registo de pelo menos 10 jovens que abandonaram os seus postos de trabalho devido às longas distâncias que percorriam com bidões na cabeça.

Elsa Elias é estudante da Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal (FEAF) da Universidade Zambeze em Mocuba e reside no bairro Marmanelo. Há dois meses que o poço artesiano da sua moradia secou e a torneira não jorra água.Diariamente, ela acorda às 04h00, na companhia da sua mãe, à procura de água para o consumo.
“Antes de ir à faculdade, tenho que ajudar a minha mãe a obter água para beber durante as refeições. A vida aqui está cada vez mais complicada, uma vez que a torneira não jorra água há meses e o poço secou, daí o sofrimento de percorrer pelo menos quatro quilómetros com um balde de 20 litros na cabeça”, lamentou a rapariga.

A nossa interlocutora disse que, no ano passado, a situação começou a agravar-se no mês de Setembro. Presentemente, a salvação está no bairro Central, onde dezenas de furos de água resistem e as torneiras jorram pelo menos duas vezes por semana.
Todas as manhãs, por volta das 4h00, Bete Castilho, de 20 anos de idade, mãe de dois menores, sai de casa com uma bacia cheia de roupa e loiça, e percorre seis quilómetros até chegar ao rio Licungo. As suas actividades duram pelo menos três horas. Quando são 10h00, ela regressa à sua habitação no povoado do Bive, com roupa e loiça já lavada e água para o consumo.
“Ser mulher em Mocuba não é tarefa fácil. É, na verdade, aceitar e dispor-se a cumprir na íntegra as tarefas domésticas. O mais duro é a longa distância que percorremos para obtermos o precioso líquido”, afirmou Beta.

Diferentemente de outras mulheres, Helena António vai para o rio uma vez por semana para lavar a roupa, e o afluente mais próximo dista três quilómetros da sua residência. Nos dias em que não se desloca àquelas correntes de água, ela passa a maior parte do tempo à procura do precioso líquido para as suas actividades domésticas, nomeadamente lavar loiça, o banho e o consumo.
“Esta é a nossa principal fonte de água, já que o abastecimento está aquém de responder aos nossos anseios”, disse. Embora ela frequente, com alguma regularidade, o rio Licungo, a fonte de água mais próxima da sua habitação fica a dois quilómetros. A sua caminhada dura pelo menos 15 minutos e, diariamente, faz cinco viagens com um bidão de 20 litros.

Situação similar vive Joana Fernando, mãe de três filhos, que deve garantir água para o banho do seu marido logo as primeiras horas do dia. Devido à crise acentuada de água que Mocuba vive, a sua família contratou um empregado doméstico com vista a ajudar na procura do precioso líquido, mas este acabou por se demitir por não dar conta do recado.
@Verdade soube que o lar dos estudantes da Escola Secundária Pré–Universitária de Mocuba que, igualmente, alberga discentes da FAEF está sem água há semanas. A torneira já não jorra o precioso líquido e a cisterna está vazia. É visível a preocupação dos alunos que passam pelos bairros à procura de água.
“A situação é cíclica, mas este ano os problemas começaram mais cedo. Anteriormente, a procura do precioso líquido arrancava nos meados de Setembro”, disse Mário Zindora, que reside no lar da Escola Pré – Universitária. Ele já percorreu três quilómetros para conseguir água para beber.

Refira-se que a edil de Mocuba, Beatriz Gulamo, numa entrevista concedida ao @Verdade no mês de Abril, revelou que havia um plano em manga no qual o Governo, em parceria com a Administração de Infra-estruturas de Água e Saneamento (AIAS), teria lançado um concurso para que a estação de captação e tratamento de água em Mocuba fosse gerida por um privado, como forma de se expandir e melhorar a qualidade.
Em contrapartida, o Presidente da República, Filipe Nyusi, aquando da visita a Portugal, disse a Imprensa que a estação de captação de Mocuba será expandida e o abastecimento poderá cobrir mais da metade da população, mas o Governo ainda está a procura de financiamento.

Escrito por Cristóvão Bolacha  em 28 Agosto 2015  ( Jornal Verdade).

Governo de Moçambique encaixa 90 milhões de dólares pela venda de acções das minas de Revubóe em Tete

Governo de Moçambique encaixa 90 milhões de dólares pela venda de acções das minas de Revubóe em Tete

O Estado moçambicano encaixou perto de 72 milhões de dólares australianos, o equivalente a cerca de 90 milhões de dólares norte-americanos, provenientes de impostos sobre a venda das acções de participação do Grupo Talbot na empresa Minas Revubóe, localizada na província de Tete, escreve hoje o jornal Notícias.

O valor resulta da cobrança de mais-valia de um total de 630,000,000 dólares australianos tributáveis.

Em carta dirigida ao Ministério dos Recursos Minerais, o Grupo Talbot Investments, com domicílio na Austrália, manifestou o interesse em vender 100 por cento da sua participação nas empresas Jockeys Financial, Lda. e Midrev Resources Mining Mauritius, ambas sócias da empresa Minas de Revubóe, titular da Licença de Prospecção e Pesquisa, para carvão mineral, no distrito de Moatize, província de Tete.

Uma comissão do governo de Moçambique considerou que os rendimentos resultantes da transacção da parte detida pela Jockeys Financial, Lda. e Midrev Resources Mining Mauritius (ambas detidas 100 por cento pelo Grupo Talbot) no capital social da empresa minas de Revubóe eram tributáveis em sede das mais-valias.

Sobre a transacção da venda da parte social detida pelo Grupo Talbot nas empresas acima, foi aplicada uma percentagem de 40 por cento, uma vez que as empresas Jockeys e Midrev detêm participações nas minas de Revuboé por um período entre 24 e 60 meses.

Nova carta geológica de Moçambique

Ministério dos Recursos Minerais apresenta nova carta geológica de Moçambique

O Ministério dos Recursos Minerais (Mirem) apresenta hoje, em Maputo, a Carta Geológica de Moçambique, de 2008, na escala 1/1 000.000, sobre a Geologia de Moçambique e as suas potencialidades com novos elementos nomeadamente a codificação internacional actualizada das unidades geológicas e a sua nomenclatura. 

Trata-se de um documento de consulta, disponível no Centro de Documentação da Direcção Nacional de Geologia, que resulta de um trabalho promovido pelo Mirem com vista a melhorar o conhecimento sobre a infraestrutura geológico-mineira de Moçambique através de um projecto sobre o sector geológico mineiro do país desenvolvido de 2002 a 2007.

A carta apresenta, entre outros aspectos, 102 folhas do mapeamento geológico de todo o Moçambique na escala de 1:250 000, o mapeamento geológico na escala de 1:50 000 das províncias de Niassa, Tete e Manica e a inventariação e pesquisa geoquímica de recursos minerais industriais
Em Moçambique estão em funcionamento sete (7) Estações Sismográficas nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Tete, Zambézia e Nampula.

A anterior Carta Geológica de Moçambique na escala de 1:1000 000 foi elaborada em 1987.(macauhub)